É muito comum, quando temos uma dor ou uma disfunção no corpo, dizerem que uma área específica precisa ser fortalecida, muitas vezes isoladamente, pois a fraqueza de uma estrutura está descompensando a biomecanica daquele movimento. Mas será mesmo que o fortalecimento, muitas vezes feito isoladamente resulta no tratamento da causa de forma permanente ou será algo temporário?
Quando fazemos um trabalho de fortalecimento, sem reestabelecer a coordenação do corpo, ampliando sua percepção, este fortalecimento acaba sendo temporário ou então até que dure este trabalho. Por quê? Porque o corpo não aprendeu a usar na vida aquilo que se está trabalhando no trabalho de força. É como um medicamento, dura enquanto estiver presente e os sintomas voltam quando o remédio acaba. A causa não foi resolvida e os sintomas se reapresentam.
Não adianta trabalhar força de abdome para tratar a lombar se a respiração não ativa o transverso.
Não adianta trabalhar suprespinhoso para tratar o ombro se as mãos ainda agarram.
Não adianta fortalecer quadriceps para tratar o joelho se os pés e pernas não respondem corretamente ao impacto e as torções do movimento da marcha.
Reestabelecer a função não é trabalhar isolado, é reconhecer os hábitos, é investigar percepções e ampliar as relações entre as partes. Construir novos caminhos para a coordenação funcionar e o corpo se tornar forte na vida, nos movimentos da rotina, nos exercícios divertidos e só assim a disfunção e a dor vão embora.
E você, o que faz para dar autonomia para seu cliente?
por Bruno Bernardes · Published 22 22-03:00 novembro 22-03:00 2016
· Last modified 23 23-03:00 março 23-03:00 2018
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Bruno Bernardes é Rolfista e trabalha com educação do movimento há 15 anos. Trabalhou muito anos como professor de Yoga e atualmente atende sessões de Rolfing individuais em consultório e em cursos presenciais e online em diversas disciplinas. Saiba mais…